Quando fui fazer a minha inscrição no SENAI, minha mãe me acompanhou, mas ficou do lado de fora me esperando. Na recepção, vi que não tinha o curso de eletrônica, observei então que seria mais interessante o curso de marcenaria. No meu pensamento juvenil, fazer móveis era mais legal do que fazer janelas…

“Sozinho por alguns minutos, quase mudei o rumo da minha trajetória.”

Estava disposto a contrariar a visão da minha mãe. Fui até a recepcionista e falei que queria me matricular no curso de marcenaria. E assim foi feito. Quando mostrei a inscrição para minha mãe, ela me fez voltar e trocar o curso. Confesso que fiquei com medo de ser desclassificado por não saber decidir o que queria.

Nesta época, para entrar no SENAI tínhamos que fazer provas classificatórias. Já pensou ser eliminado logo na inscrição? Obedecendo minha mãe, fui corrigir o rumo da minha história e disse à recepcionista que ela “havia entendido errado”, que eu tinha dito “curso de serralheria” e ela anotou “marcenaria”.

Correção feita, voltamos para casa. Na verdade, lá dentro de mim, eu não sabia muito bem o que queria, mas pude perceber que minha mãe estava convicta de que o curso de serralheiro me abriria várias portas. Era a única coisa concreta que ela poderia me oferecer naquele momento, uma formação profissional gratuita.

“Lição aprendida com minha mãe.”

“A firmeza de propósito é um dos mais necessários elementos do caráter e um dos melhores instrumentos do sucesso. Sem ele, o gênio desperdiça os seus esforços num labirinto de inconsistências” — Philip Chesterfield (1694–1773), político e escritor inglês.

Trecho do meu Livro “A Arte da Gestão nas Serralherias e Vidraçarias”. Ele pode ser adquirido no site www.divergenciasdosaber.com.br.